sábado, 7 de maio de 2011

Cascata do moinho, São Martinho da Serra/RS


Um bom exemplo de "cuesta" em nossa região.





Pode ser visitada através de uma trilha, além de ser um bom passeio e uma boa aventura, proporciona um bom aprendizado sobre a Geomorfologia da região, assim como proporciona uma boa percepção sobre os impactos ambientais causados pelo meio urbano. O lugar é de difícil acesso e mesmo assim pode se verificar problemas em relação a água e o lixo que é carregado pelo rio, sobre as culturas no vale que provocam erosão do solo e assim, perceber que o que fazemos na cidade ou numa simples estrada de chão batido com o nosso lixo, pode resultar em poluição de lugares de difícil acesso, como este.

trilha para chegar a cascata do moinho:



se tiverem interesse em fazer esta trilha, entre em contato com:

trilhas e coxilhas, trilhas_e_coxilhas@hotmail.com

SOS Florestas - O código florestal em perigo

SOS Florestas - O Código Florestal Em Perigo


http://www.youtube.com/watch?v=p_3tXpu1-IM

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: COMPROMISSO POLÍTICO E COMPETÊNCIA TÉCNICA

Marcos Reigota
Profº. de pós graduação em Educação Ambiental da Universidade de Sorocaba - UNISCO

       Em outubro de 1998, após uma conferência na Fundação S.O.S Mata Atlântica, na qual foram abordados os aspectos políticos da educação ambiental, houve um questionamento por parte de uma estudante de Biologia da USP e estagiária de um projeto de educação ambiental com jovens "carentes" na cidade de São Paulo. Ela perguntou se o que estava se propondo era a revolução.
       A resposta foi que sim.
       A jovem contra argumentou dizendo que a revolução e Educação Ambiental eram idéias completamente opostas.
       Houve surpresa com o argumento da jovem estudante. Tanta surpresa que a resposta dada ali, naquele contexto de final de conferência, para ela e para outras pessoas presentes,enfatizava o momento histórico, cultural e político internacional do surgimento da Educação Ambiental, acrescentando-se ainda que esta proposta revolucionária (assim como de outros militantes) estava baseada no radicalismo pacifista, que tem em Gandhi uma das suas principais expressôes.
       Falou-se também de outras contribuições ao radicalismo pacifista, com breves referências à contra cultura (John Lennon) e ao legado de Paulo Freire.
       Não sabemos se a jovem saiu dali convencida, mas o seu questionamento foi um momento de indagações e aprendizado.
       Sim, aprendeu-se com ela que, na medida do possível e do solicitado, seriam incluídas nas conferências, cursos e textos, se possível de forma clara, precisa e direta, as relações entre o compromisso político e a competência técnica inerente à práxis da Educação Ambiental.
       O que se quer dizer com compromisso político?^E qual compromisso político?
       Evidentemente , se faz referência ao compromisso político, que nós educadores temos que ter com a sustentabilidade.
       Essa idéia pode parecer um clichê, já que ainda está longe de um aprofundamento teórico e das experiências políticas baseadas nessa proposta eco-política.
       Quando se faz referência  à sustentabilidade, trata-se de uma proposta política que tem como princípio a utopia de uma sociedade baseada na justiça e no direito a vida digna, não só da espécie humana mas de todas as formas de vida.
       Só no parágrafo acima têm-se muitos conceitos e propostas para serem discutidas: utopia, justiça, dignidade, formas de vida, entre outros. tem-se explorado esses conceitos em vários textos, utilizando para isso um referencial teórico muito variado.
       Mas, o importante aqui discutir é como se manifesta esse compromisso político no cotidiano. Qual a sua importância e significado?
       Crê-se estar constantemente exercitando o compromisso político com a sustentabilidade. nas mais variadas atividades (profissionais ou não) do dia-a-dia. Assim, compromisso político aqui, esta sendo entendido no seu aspecto mais amplo e profundo. As opções cotidianas são opções políticas, e elas podem desestruturar a política pequena e minúscula que tenta condicionar, a partir dos interesses, organizações e intituições controladas pelos brutos das oligarquias.
      Num breve resumo, dir-se-ia que o compromisso político de toda pessoa interessada em praticar a Educação Ambiental deve estar relacionado com a possibilidade (utópica) de construção de um sociedade sustentável baseada na justiça, dignidade, solidariedade, civilidade, ética e cidadania. E na desconstrução revolucionária, radical, persistente e pacífica do poder político, institucionalizado e simbólico, daqueles que primam pela estupidez, brutalidade, vulgaridade, cinismo e arrogância.
      Como condição básica para que esse compromisso político consiga alguns de seus muitos objetivos, considera-se como de fundamental importância a competência técnica. Ou seja, a aquisição de conhecimentos específicos sobre a problemática ambiental em que se está envolvido e querendo resolver, assim como a compreensão mais ampla possível de todas as suas implicações sociais, culturais e econômicas, sem se esquecer das implicações pessoais.
      Pode então um curso de Educação Ambiental de curta ou longa duração, em instituições universitárias, dar conta de toda essa complexidade considerando que as possibilidades de se chegar aos objetivos políticos mais gerais são mínimas?
      Numa perspectiva imediatista a resposta seria não, e dever-se-ia ir pra casa (ou qualquer outro lugar) e esperar o planeta explodir. Numa perspectiva política de médio a longo prazo, a resposta pode ser positiva.
      Os cursos de Educação Ambiental devem pautar-se nas possibilidades e limites do processo educativo. Sabe-se que só com conhecimento técnico-científico específico  não se chega a lugar nenhum. Sabe-se também que sem esse conhecimento, a atuação tende a ser medíocre, já que o volume de conhecimento sistematizado disponível hoje no planeta é enorme. Assim, como lidar com ele? como selecionar?Como escolher? Como optar? Essas questões nos remetem novamente ao compromisso político. Tendo claro qual é o papel de cada um no contexto político que se vivencia é que se pode fazer opções em busca de uma melhor competência técnica.
      Talvez seja esse o caminho (ou o conteúdo) que os cursos de Educação Ambiental devam seguir: melhor selecionar os conhecimentos necessários para uma intervenção social de dimensão política e ecológica.
      Por fim, seria desejável enfatizar o constante aprendizado que profissionais e militantes vivenciam, obrigando a ter uma "abertura"suficiente para compreender que se está e estará confrontando com antagonismos, posições e interesses diversos, quando se envolve com Educação Ambiental. Assim, como profissionais e militantes têm que se preocupar menos em ensinar (ou conscientizar) a população e procurar aprender os motivos, razões e sentimentos que fizeram com que a humanidade tenha chagado a seu limite.
      Aprender/ensinar tornam-se momentos complementares, circulares e de mutação constante, rompendo com as clássicas relações existentes no processo pedagógico que fundamentam grande parte das partes educativas.
      O momento histórico que se vive faz com que, hoje, muitas pessoas de horizontes profissionais e ideológicos diversos procurem os cursos de Educação Ambiental. Esta procura deve servir não só para garantir a existência e continuidade, mas, também e principalmente, a legitimidade desses cursos.
      Esse mesmo movimento deve também servir como alento e força aglutinadora, para que outras pessoas busquem e tragam suas contribuições à proposta de  Educação Ambiental como intervenção revolucionária.
      (Revolucionária sim, Por quê não?!)
    

Agroecologia Urbana