Para ex-ministra, país tem condições políticas
para ampliar o conjunto de leis que defendem
o desenvolvimento sustentável
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva disse neste sábado, dia 7, que o país tem condições políticas suficientes para ampliar o conjunto de leis e normas que defendem o desenvolvimento sustentável e a agricultura familiar. Marina criticou o fato de existir atualmente um debate centrado no texto do novo Código Florestal, apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
– Em pleno século 21, o que nós temos: em lugar de andarmos para frente, nós estamos andando para trás. Há sustentabilidade política para, em lugar de ficarmos aqui discutindo reduzir os prejuízos e os riscos do relatório do deputado Aldo Rebelo, nós discutirmos a ampliação dos ganhos para a agricultura familiar, o desenvolvimento sustentável – afirmou Marina durante o Seminário Nacional sobre o Código Florestal, organizado por mais de 20 movimentos sociais em São Paulo.
– Não se pode deixar meia dúzia de atrasados fazerem com que esse debate seja monopolizado e a gente pegue o relatório do Aldo Rebelo e diga: é em cima disso que dá para fazer – acrescentou.
Marina ressaltou que quem está tentando aprovar o novo Código Florestal é uma parcela do setor do agronegócio que não concorda com os avanços da Constituição de 1988.
– A Constituição estabeleceu a função social da terra e um ambiente saudável como direito de todos os brasileiros. Eles não concordam com isso e, em todas as oportunidades que têm, querem revogar a Constituição – disse.
A ex-ministra considerou uma vitória o adiamento da votação do novo código para a próxima terça, dia 10. De acordo com Marina, a sociedade civil vai apresentar as propostas de alteração do texto do código para a Casa Civil.