Possibilismo urbano
Para uma análise do Fenômeno urbano, Lefèbvre (2002, p.77)
sugeriu que a sociedade urbana deveria ser compreendida em três níveis: o
global, misto e privado. Desta forma pode-se perceber a linguagem do urbano em
relação a suas formas e estruturas, compreendendo suas funções, que tem relação
com o espaço vivido e que muda conforme o passar do tempo. As maneiras como as
sociedades se organizam é o que dá a forma aos espaços, seja material, através
de monumentos e espaços sagrados, assim como , imaterial, espaços de
convivência e que têm algum significado particular para as pessoas. Desta
forma, a sociedade urbana analisada em seu nível global, diz respeito ao poder
do estado como vontade e representação através de estratégias políticas,
estratégias baseadas em lógicas, que buscam a organização do espaço urbano,
subordinando-o às lógicas de mercado e produção global. No nível misto,
analisa-se a cidade, sendo este o nível especificamente urbano, que procura
através das formas entender as relações de uma cidade, sua organização e
estrutura, que hierarquiza os espaços, que são produtos do nível global como:
prédios públicos, monumentos, etc. e do nível privado, os imóveis privados.
Para analisar o espaço urbano e a relação de sua estrutura com suas formas e funções, deve-se entender como essa relação de níveis de análise se dá ao longo do tempo, ou seja, da história, pois o urbano reflete as vontades do estado para com a sociedade, em determinado tempo, assim como as reações dessa sociedade ao estado e ao próprio sistema de produção, que transforma e reorganiza os espaços conforme seus interesses, a sociedade que ali vive, seja na criação de bairros ou loteamentos para a habitação de trabalhadores, como para, o habitar da classe que detém os meios de produção e procuram refúgio e tranquilidade. Assim a cidade, além da moradia e de palco para as ideologias do estado, torna-se um centro administrativo, presa a uma grande teia ou rede de comunicação física ou virtual, onde se confunde os espaços ( o espaço econômico, da informação, das ideias, do transporte, do mercado...), sendo altamente complexa as relações de sua funcionalidade, pois a sociedade que nela vive é dinâmica em suas relações não sendo algo estável e sim sempre em movimento, seja aumentando a dinâmica das relações internas e externas em relação aos modos de produção e a própria cultura, como a estagnação e retraimento. No mundo capitalista, cada cidade tem em si um potencial estratégico seja para produção, como para a intermediação, sendo usadas através de uma lógica global como sede ou apenas sendo extensão de uma firma, isto lembra o determinismo de Ratzel, pois dependendo da localização, clima, condições pedológica, geológicas, assim como, a cultura da sociedade, este centro urbano terá suas características utilizadas por determinados interesses de produção, com os recursos naturais que estiverem disponíveis, assim como a mão de obra. Mas também moldadas conforme o sistema produtivo da indústria que ali se instala.
A sociedade de uma determinada cidade, ao longo de sua história, marca suas visões ideológicas, seus interesses e marca sua cultura através de suas edificações públicas, e seus aparelhos urbanos (praças, ruas, avenidas...), estruturando um sistema urbano, dando funções específicas a cada forma, e caracterizando uma identidade. As funções são alteradas, mudam de lugar e forma, seguindo atualmente uma tendência ideológica de mercado global, que atende aos interesses das grandes firmas hegemônicas e que estimulam o consumo e a não-cidadania, alienando os habitantes com a “muita” informação,através de uma mídia que estimula o consumismo e com as mudanças vertiginosas de tendências e modas. Nem todas as relações do urbano estão ligadas ao mercado, à economia e ao capital. As vivências, a cultura do povo que ali vive, estão intrinsecamente ligados a sua herança cultural e étnica dos que a colonizaram e a fundaram, sendo transformada ao longo do tempo. A cidade sendo vista como espaço social demonstra a sua capacidade de ser peculiar, assim como cada um de seus habitantes o são, este conjunto de ideias resultam em uma identidade urbana que se reproduz. As relações de vizinhança, os bairros que servem para a habitação de trabalhadores, favelas etc., podem fazer com que ajam certos ciclos, como por exemplo:as áreas periféricas onde os que estão a margem do sistema por não terem capacitação mínima para vender sua força de trabalho, vivem na pobreza e entram em um ciclo da pobreza, do qual não conseguem sair, devido à reprodução social e alienação devido a falta de informação e de estímulos representativos em suas vidas. Os diferentes espaços dentro da cidade são criados conforme o desejo e as condições daqueles que os criam, mas estes espaços naturais transformados morfologicamente, também transformam os indivíduos que ali vivem, que o transformam em espaço vivido, que lhe atribuem uma função, estas funções e relações deixam marcado no espaço seus signos e códigos.
Através deste entendimento do espaço urbano, fica difícil limitar possibilidades de análise, pois no espaço urbano, sua infraestrutura e suas normas de utilização, fazem com que a circulação de ideias, seus intercâmbios e os espaços, estejam sempre em movimento, coagindo, se cruzando e super pondo-se, fazendo com que cada indivíduo tenha uma percepção diferente do espaço, que se comunica através de suas obras materiais e imateriais, que deixa signos, expressões de um momento na história, que regulam o espaço vivido, transformando-se dialeticamente, entrando em crise e se reorganizando em uma constante equilibração de interesses, do Estado e dos interesses privados. No urbano, a contradição e a contrariedade das ações do privado e do público, em função do dinheiro, fazendo da mais valia sua principal fonte de lucro, faz com que as relações sejam sempre muito complexas criando segundo Lefebvre (2002, p.33), um campo cego das dimensões do urbano quanto ao seu cotidiano e suas relações sociais neste espaço, assim as análises podem ser sobre as “topias no espaço mental e social” ( Lefebvre, 2002,p. 98), sendo possível investigar as relações do espaço urbano nas mais variadas escalas de análise, sendo ora indutivo, ora dedutivo nas pesquisas para assim, conseguir um resultado mais equilibrado e menos especulativo. Sendo assim, pode-se dizer que há mais possibilidades do que limitações de análise do espaço urbano.
Para analisar o espaço urbano e a relação de sua estrutura com suas formas e funções, deve-se entender como essa relação de níveis de análise se dá ao longo do tempo, ou seja, da história, pois o urbano reflete as vontades do estado para com a sociedade, em determinado tempo, assim como as reações dessa sociedade ao estado e ao próprio sistema de produção, que transforma e reorganiza os espaços conforme seus interesses, a sociedade que ali vive, seja na criação de bairros ou loteamentos para a habitação de trabalhadores, como para, o habitar da classe que detém os meios de produção e procuram refúgio e tranquilidade. Assim a cidade, além da moradia e de palco para as ideologias do estado, torna-se um centro administrativo, presa a uma grande teia ou rede de comunicação física ou virtual, onde se confunde os espaços ( o espaço econômico, da informação, das ideias, do transporte, do mercado...), sendo altamente complexa as relações de sua funcionalidade, pois a sociedade que nela vive é dinâmica em suas relações não sendo algo estável e sim sempre em movimento, seja aumentando a dinâmica das relações internas e externas em relação aos modos de produção e a própria cultura, como a estagnação e retraimento. No mundo capitalista, cada cidade tem em si um potencial estratégico seja para produção, como para a intermediação, sendo usadas através de uma lógica global como sede ou apenas sendo extensão de uma firma, isto lembra o determinismo de Ratzel, pois dependendo da localização, clima, condições pedológica, geológicas, assim como, a cultura da sociedade, este centro urbano terá suas características utilizadas por determinados interesses de produção, com os recursos naturais que estiverem disponíveis, assim como a mão de obra. Mas também moldadas conforme o sistema produtivo da indústria que ali se instala.
A sociedade de uma determinada cidade, ao longo de sua história, marca suas visões ideológicas, seus interesses e marca sua cultura através de suas edificações públicas, e seus aparelhos urbanos (praças, ruas, avenidas...), estruturando um sistema urbano, dando funções específicas a cada forma, e caracterizando uma identidade. As funções são alteradas, mudam de lugar e forma, seguindo atualmente uma tendência ideológica de mercado global, que atende aos interesses das grandes firmas hegemônicas e que estimulam o consumo e a não-cidadania, alienando os habitantes com a “muita” informação,através de uma mídia que estimula o consumismo e com as mudanças vertiginosas de tendências e modas. Nem todas as relações do urbano estão ligadas ao mercado, à economia e ao capital. As vivências, a cultura do povo que ali vive, estão intrinsecamente ligados a sua herança cultural e étnica dos que a colonizaram e a fundaram, sendo transformada ao longo do tempo. A cidade sendo vista como espaço social demonstra a sua capacidade de ser peculiar, assim como cada um de seus habitantes o são, este conjunto de ideias resultam em uma identidade urbana que se reproduz. As relações de vizinhança, os bairros que servem para a habitação de trabalhadores, favelas etc., podem fazer com que ajam certos ciclos, como por exemplo:as áreas periféricas onde os que estão a margem do sistema por não terem capacitação mínima para vender sua força de trabalho, vivem na pobreza e entram em um ciclo da pobreza, do qual não conseguem sair, devido à reprodução social e alienação devido a falta de informação e de estímulos representativos em suas vidas. Os diferentes espaços dentro da cidade são criados conforme o desejo e as condições daqueles que os criam, mas estes espaços naturais transformados morfologicamente, também transformam os indivíduos que ali vivem, que o transformam em espaço vivido, que lhe atribuem uma função, estas funções e relações deixam marcado no espaço seus signos e códigos.
Através deste entendimento do espaço urbano, fica difícil limitar possibilidades de análise, pois no espaço urbano, sua infraestrutura e suas normas de utilização, fazem com que a circulação de ideias, seus intercâmbios e os espaços, estejam sempre em movimento, coagindo, se cruzando e super pondo-se, fazendo com que cada indivíduo tenha uma percepção diferente do espaço, que se comunica através de suas obras materiais e imateriais, que deixa signos, expressões de um momento na história, que regulam o espaço vivido, transformando-se dialeticamente, entrando em crise e se reorganizando em uma constante equilibração de interesses, do Estado e dos interesses privados. No urbano, a contradição e a contrariedade das ações do privado e do público, em função do dinheiro, fazendo da mais valia sua principal fonte de lucro, faz com que as relações sejam sempre muito complexas criando segundo Lefebvre (2002, p.33), um campo cego das dimensões do urbano quanto ao seu cotidiano e suas relações sociais neste espaço, assim as análises podem ser sobre as “topias no espaço mental e social” ( Lefebvre, 2002,p. 98), sendo possível investigar as relações do espaço urbano nas mais variadas escalas de análise, sendo ora indutivo, ora dedutivo nas pesquisas para assim, conseguir um resultado mais equilibrado e menos especulativo. Sendo assim, pode-se dizer que há mais possibilidades do que limitações de análise do espaço urbano.